I.   ENTENDENDO AS FASES DO DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO  DO GRUPO
            Segundo Jucius e Schlender, “um dos traços mais característicos da nossa moderna sociedade é a preponderância do esforço grupal organizado. Dificilmente a consecução de vários objetivos é buscada através de esforços individuais...”  O grupo se desenvolve através de fatores identificáveis em seu processo:
     A . Sob o Fator Criatividade
          Muito comum no início de qualquer trabalho em função das necessidades de dar respostas rápidas e objetivas às exigências do campo ou organização de forma dinâmica e ajustada. Exemplo típico é o de uma congregação ou missão da Igreja. Todos são diretos e pessoais nessa fase. Pulsa um só coração, havendo uma enorme conspiração interna para o sucesso do empreendimento ou missão. Esse desenvolvimento vai chamar logo uma crise na definição de lideranças e hierarquização das atribuições. Ess a fase desembocará também em inevitáveis perdas(aliados, liderados, etc.).
     B . Sob o Fator Orientação
             As mais sucintas definições de liderança nós devemos a Koontz & O’Donnell que entenderam como “fazer coisas através de pessoas”.
          Uma vez estabelecida a liderança efetiva que oriente o grupo. Surge uma série de mecanismos necessários que dá dimensão produtiva à equipe com divisão equânime de tarefas realistas.
          A Igreja ou organização pode começar a ressentir-se da ausência de autonomia a despeito de seus formidáveis resultados. Surge, então, uma onda de descontentamento entre liderados saudosos de um tempo em que a espontaneidade e a pureza de estilos os impulsionava. Isto obrigará a liderança a perceber que esse desejo de voltar a ser “lagarta” indica o início de um novo processo que culmine na delegação de competência ao grupo.
     C . Sob o Fator Delegação
          O Líder afetivo não teme a competência de nenhum de seus liderados. Para Harleigh B.Trecker “liderar é um processo de trabalhar pessoas, de forma a criar e relacionar suas energias, fazendo uso de todos os recursos disponíveis para alcançar um objetivo, como seja, suprir as necessidades de programas e serviços comunitários. Pessoas, recursos e objetivos são, portanto, reunidos pela liderança num processo contínuo e dinâmico”.
           Instalada a fase da descentralização das soluções dos problemas para o alcance dos objetivos, propicia-se o surgimento de co-responsáveis, fazendo   o grupo sentir-se qualificado, estimulado e motivado no exercício das missões recebidas. Uma notável e jovial fase se instala com nítida confiança e poder de ação. No entanto, uma crise no controle das atividades e resultados configurará um novo cenário para a liderança. Durante as disputas pelos méritos para si exigidos, combinadas com o uso indistinto de autoridade por parte dos liderados (ou seja, todos querem mandar e todos querem os reconhecimentos  individuais), o líder pode viver o risco de perder o controle sobre a organização ou igreja. Todavia, é nessa fase que a igreja ou organização inicia sua verdadeira consolidação. O dirigente obriga-se a ordenar e controlar as atividades do grupo para que não seja impedido o seu crescimento em função das crises. Isto pode ocorrer porque, “assumimos missões cheios de esperanças, às vezes as conduzimos sob os nossos mais secretos temores” .
     D . Sob o Fator Coordenação
          Segundo uma definição do clássico Fayol: ”Liderar é prever, organizar, comandar, coordenar e controlar”. O Senhor Jesus narrou uma ilustração dizendo:” Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se senta primeiro a calcular as despesas, para ver se tem com que a acabar?” 
          Nessa fase alguns motivos necessitam serem constatados, entre eles: o agigantamento da nossa missão; a complexidade da organização eclesiástica; a eficiência alcançada pelo mundo (que é um desafio à igreja); o imperativo da mordomia; a necessidade de remirmos o tempo e os exemplos bíblicos(Êx.18:13-57; Neemias; Lc 14:28-30; At. 6:1-7, o ministério de Jesus, etc).
          Essa é, sobretudo, a fase de normatização do grupo. Planos (curto, médio e longo prazo), orçamentos, manualização de funções, definições políticas e éticas, competência de serviços, treinamentos, cursos, aprimoramento pessoal e outros elementos comuns são desenvolvidos na busca pela continuação do desenvolvimento da organização. A harmonia é o clima da consolidação que sustenta o crescimento do grupo. Nessas águas tranqüilas , mansamente, desponta uma nova crise. A obediência a regras, orçamentos, regimentos e normais diversas, parecem oprimir novamente o liderado que se sente encarcerado num labirinto  de burocracias. Isso sugere que se pretende domesticas o prazer, a alegria, a excitação e o afeto, assim como o medo, a raiva e a tristeza. O liderado quer satisfazer sua fome básica e não consegue plenamente. A igreja ou organização pode ser comparada a um elefante branco: belo, frio e estagnado. Uma estátua de sal. É hora de reflexão e redimensionamento.  Ao invés de apelar para ser lagarta novamente, urge ser sal da terra.
     E . Sob o Fator Colaboração
          Para o autor Beal, “o líder é aquele que, em uma dada situação social, influencia por suas idéias e ações o pensamento e a atitude dos outros”.
          Uma vez que os processos foram vivenciados adequadamente durante o desenvolvimento, o grupo pode ser estimulado pela liderança a manter fortalecidos os bons hábitos adquiridos em outros processos, enquanto desfruta de sua visão presente. Atitudes mais humanas, pessoais e flexíveis são dirigidas nessa fase, visando o equacionamento dos problemas sem se esquivar dos desafios. A direção busca ser harmônica e estratégica, dando sempre um clima de crescimento e desenvolvimento. A ênfase é a participação. As crises não mais assustam como antes, pois são encaradas como elementos salutares ao desenvolvimento e renovação. O personalismo de lideranças cede lugar ao pensar coletivo. A liderança se torna autêntica e não se confunde com uma chefia formal, pois, enquanto  o “chefe” constrange o subordinado à obediência nos estritos limites do seu dever, o líder conquista a cooperação necessária à consecução da tarefa.

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